E assim me
pego olhando para a porta da frente outra vez. Tento desviar meu olhar
voltando
a ler o livro que está em meu colo, mas depois de alguns minutos meus olhos
fixam novamente para o mesmo local.
Não consigo esquecer o momento em que ele
saiu pela porta com as malas, prometendo que não iria mais voltar. No momento
fiquei de mãos atadas sem saber oque fazer, sabia que não adiantaria
ajoelhar-me aos pés dele implorando para não partir, pois se essa era a decisão
dele o certo era deixa-lo ir.
Lembro-me do nosso primeiro encontro e
quando ele me beijou apoiando suas mãos nessa mesma porta, e da noite em que se
despediu em frente a minha casa dizendo que eu seria dele para sempre. É
incrível o modo como um simples objeto pode trazer tantas lembranças de um
passado que agora só trás sofrimento.
Viro-me para o livro e uma gota de lágrima
cai na pagina amarelada dele. Preciso ter calma. Já é hora de eu erguer minha
cabeça, olhar para frente e esquecer daquilo que não volta mais. Pois como
várias pessoas dizem “o amor é assim, entra pela sua porta de repente, começa a
fazer parte da sua vida e ocupa grande espaço do seu coração. Depois muitas
vezes vai embora, te deixa chorando há dias e cabe a você depois seguir o seu
caminho”.
Agora olho
para a porta com um sorriso singelo. Mesmo com as imagens de um adeus ainda
guardadas em minha memória, sou grata intensamente por nessa mesma porta ter entrado
àquele que me fez sentir pela primeira vez, o simples fato de amar.
Post Feito Por
Eduarda Furtado